EM BUSCA DO
CONHECIMENTO
LUIZA PERCEVALLIS PEREIRA
Para a
realização da tarefa do Grupo de Estudos LEPED recuperei meus arquivos e escritos
sobre as reuniões de formação nas quais participei, porque revê-los é o ponto
de partida para a minha análise sobre: Como
as reuniões e as reflexões feitas nesse grupo de estudos habitam e alimentam as
minhas reflexões e ações pessoais”.
Navegando
pelas pastas do meu computador encontrei a denominada “Grupo de Estudos Mantoan”.
Dentre os itens ali arquivados detive-me nos textos em que a “Diferença”, sob a
concepção de Deleuze, foi objeto de reflexão e estudo do grupo, com a
participação especial da professora Mantoan. Para meus desafios atuais, a reflexão sobre a
inclusão educacional de pessoas com deficiência tem sido relevante, porque o
respeito às diferenças desses estudantes é a diretriz que norteia minhas
reflexões e o meu trabalho atual. Entretanto, mesmo que pareça óbvio considerar
que cada ser humano é único e singular, na educação escolar, a busca pela homogeneidade
no tempo passado, tanto na organização da escola como nas atividades
pedagógicas, foi prestigiada e enfatizada. Romper com essa tradição cultural e
com seus valores tem sido um trabalho árduo, cansativo até, mas necessário.
Buscando
também as anotações sobre as reuniões nos meus cadernos percebi assuntos
recorrentes, trazidos no grupo de estudos que, ampliam meu campo de interesse,
devido à cooperação ativa dos participantes nas tarefas e reflexões do grupo, pois
nesses momentos eles também colocam suas experiências de trabalho na educação. Essa
participação coletiva, somada à reflexão de textos esclarecedores sobre os
objetivos e rumos da educação na atualidade, fortalecidos com os
questionamentos que surgem nos encontros do LEPED me possibilitam pensar sobre as
políticas públicas em exercício, aplicadas pelos gestores educacionais nas
escolas das redes de ensino e, também, sobre a intensidade dos seus efeitos na
prática docente.
Mas, nem
tudo são flores! Algumas vezes, ao término do encontro fecho o computador, me
distancio do celular, deixo no escuro meu quarto de estudos e me pergunto: Por
que continuar a pensar sobre a educação depois de tanto trabalho nas escolas
públicas? Por que esse interesse infindo?
Os livros
me respondem. Eles estão por toda a casa, arrumados em estantes ou empilhados próximos
ao computador. Eles me acompanham até nos aniversários dos netos, embrulhados
como presentes e em nossas conversas, porque eles fazem parte do grupo de
leitura da escola.
Lendo o
livro “Elogio do estudo”, percebi que tenho características e hábitos próprios
de uma vida estudiosa.
Meu ânimo
estudioso também se recupera com os convidados especiais que participam dos encontros de formação. Dentre
eles destaco a professora Ana Maria Faccioli Camargo da disciplina “Prática de
Ensino”, da UNICAMP, porque ela enfatizou a importância do poder da sala de
aula e do professor, com sua diferença. Temas que me sensibilizam.
Acredito
que nas salas de aula por onde estudei convivi com muitos professores que se
viam como diferentes e agiam como tal. Eles se destacavam dos demais ao falarem
sobre o mundo e sobre mim, ao me aproximar do conhecimento. A intimidade
diária, intensificada durante anos com esses professores provocou meu desejo de
fazer parte do mundo, atuando próxima a eles, na educação. “Uma virada de chave
na minha vida”!
Enfim, o
estudo assim dirigido e orientado no grupo de formação do LEPED tem ampliado
meu tempo e espaços destinados aos estudos, refletindo sobre o conhecimento de mim
mesma, do outro e da nossa relação com o conhecimento.
Referência Bibliográfica:
Elogio do estudo [livro eletrônico] /
organização Fernando Bárcena, Maximiliano Valerio López, Jorge Larrosa;
tradução Carlos Maroto Guerola. -- 1. ed. -- Belo Horizonte, MG : Autêntica,
2023. -- (Educação : Experiência e Sentido)
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