terça-feira, 15 de julho de 2025

ESCOLA: CONCEPÇÃO OU VOCAÇÃO?

A ESCOLA: CONCEPÇÃO OU VOCAÇÃO?

OBSERVAÇÕES:

1-      1- As mensagens abaixo relacionadas se iniciaram quando a Edna postou no what-zapp do grupo GEL (Grupo de Estudos LEPPED) um trecho do Livro “Elogio  do Professor”, cuja leitura é a tarefa atual do grupo para  reflexões nas próximas reuniões. Os demais integrantes do grupo participaram com seus depoimentos e contribuições

2-     2-  Esse livro tem como organizadores: Jorge Larrosa, Karen Christine Rechia e Caroline Jaques Cubas

EDNA: Sobre o pedagogo e a escola, em "Elogio do professor":

"Mas o pedagogo era aquele que conduzia a criança para fora da família e da sociedade (e de suas desigualdades, suas lógicas identitárias, seus pertencimentos e ligações supostamente naturais, seu “projetos”), para a escola, que é também o lugar da “legalidade por excelência”, no sentido de que, quando ela opera como escola, todo mundo recebe nela a possibilidade de bifurcar, de encontrar o seu próprio destino (de não estar encerrado em um destino, em uma natureza ou em identidade natural ou predefinida, em um projeto de uma “família”), de se “determinar” a si mesmo (que não quer dizer ser todo- poderoso, mas quer dizer precisamente um ser que pode ser educado) e portanto também de renovar (e de questionar) o mundo".

PROFESSORA MARIA TEREZA: É isso. A  Escola tem essa vocação. Mas onde encontrar essa escola? Eu continuo acreditando que ela existe/e ou existirá. Eu dei tudo de mim para fazer de minhas turmas um pouco desse trabalho. E continuo acreditando que essa escola existe algum lugar do mundo e que posso chegar bem perto dela, se me dedicar ao meu ofício com todo o meu ser.

LUIZA: Edna, que linda concepção de escola que nos trouxe Jan Masschelein! Acho que ela não pode ficar presa nas páginas do livro. Vamos fazer um poema ou um acróstico dela para colocar no  blog do GEL?

EDNA: Ótima idéia

SEIZO RESPONDE À PROFESSORA: Eu encontrei essa escola no encontro com você, Mantoan. Uma mini micro escola em sua estrutura e alcance, mas uma escola oceânica em seu afeto sobre mim. Para mim, essa escola existe na ação do professor que a busca, que estuda e se fortalece pela teoria e pela experiência: catalisadores um do outro. Hoje penso que a 'escola institucional ', a escola Estatal (seja pública ou privada) não pode acomodar essa pedagogia emancipadora, pois simplesmente não foi feita para isso. Sua arquitetura cognitiva, organizacional e física estão construídas para outros fins, antagônicos aos dos processos emancipadores. No entanto, a ação corajosa, artística, subversiva do professor artístico faz existir uma outra escola dentro da velha escola. Das consequências dessa ação, isto já é uma outra história.

SEBASTIÃO CONTRIBUI: Essa escola de que falamos, ela existe. Ela não é uma abstração ou uma esperança futura. Ela respira. Vive nos gestos de professores que, tocados pelas ideias aqui debatidas, transformam salas em territórios de afeto, escuta e potência. Ela acontece quando alguém ousa romper com a lógica da exclusão e planta, ali mesmo, no solo endurecido da velha escola, uma semente de reexistência.

E o mais 'belo' é que essas sementes germinam. Em tese e, também,  em gente. Pessoas que ressurgem. Que voltam a sonhar, a existir com dignidade, a acreditar que pertencem ao mundo. Já vi isso acontecer. Mais de uma vez. Vi alunos renascerem porque foram vistos. Vi trajetórias se reescrevendo a partir de um simples gesto pedagógico de coragem. E sim, também carrego essa experiência.

A força dessa escola não está nas estruturas, mas nos encontros. Ela não precisa de autorização institucional, embora seja um dever institucional: ela nasce onde houver um educador que ama, estuda, resiste, e age. E mesmo que o sistema ainda seja hostil à pedagogia humana, ela insiste em florescer pelas brechas abertas por esses professores artistas, subversivos, amorosos.

Essas pessoas existem. Elas estão nas margens, nas periferias, nas escolas pequenas, nas grandes universidades e em todos os cantos do Brasil, embora esquecidas e, muitas vezes 'escondidas' para não serem exterminadas pelo sistema perverso. E fazem a diferença mesmo quando o mundo não vê. O ‘belo’ é saber, ainda que com desconfiança, esta educação está em movimento. Basta olhar para quem dela nasceu, e para quem, dia após dia, insiste em fazê-la nascer de novo, e estou falando, também, de vocês, aqui do LEPED.

LUIZA: Ontem as mensagens me incentivaram a fazer um acróstico sobre a escola:

ESCOLA QUE É ESCOLA  

E scola que é Escola,

S abe acolher as novas gerações, e conduzi-las ao estudo.

C om amor, respeita suas múltiplas diferenças ao colocar nas mesas das salas de aula:

O mundo, os fazeres e saberes das gerações, com suas belezas, cores e dores.

L ado a lado, seguem retirando seus véus. Seus efeitos são conhecidos, sentidos e questionados.

A lguns são aceitos. Os que incomodam, desafiam a natureza transformadora, que lhes é comum e renovam o cuidado de si, do mundo e da humanidade.

PROFESSORA MARIA TEREZA: Coloquem no Blog todas essas mensagens.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


AS ESPERIÊNCIAS DE ESTUDO EM TRÊS DIMENSÕES - Luiza Percevallis Pereira

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